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レアンドロ、このクラブに残りたい。日本で少なくとも5年間はプレーしたい

Leandro: 'Quero ficar 'esquecido' no Japão por uns cinco aninhos’
Pense em uma pessoa apaixonada por um lugar. Este é Leandro. Emprestado pelo Palmeiras ao Kashima Antlers, do Japão, até o fim deste ano, o atacante está maravilhado com o país asiático. Nesta entrevista, fala sobre isso e muitas coisas

Por: Plínio Rocha
plinio.rocha@diariosp.com.br



Foto: Kashima Antlers/Divulgação

Tente acessar o site oficial em inglês do Kashima Antlers. Você vai encontrar notícias sobre o clube, fotos, dados de jogos, redes sociais, a tabela de classificação do Campeonato Japonês. E Zico. Muito sobre Zico. Uma sessão apenas falando sobre ele.

Não é novidade nem exagero dizer que o Galinho é Deus para o clube e seus torcedores. Chegou por lá em maio de 1991 e, na história do Kashima, existe um tópico exclusivo para falar sobre o momento.

Pois Zico era a referência que Leandro tinha quando acertou com o Antlers. Percebendo que não teria muitas chances no Palmeiras depois de voltar de empréstimo do Coritiba, no fim de 2016, rezou para que um novo empréstimo, agora para o time da Ásia, fosse concluído. Foi. Hoje, Leandro está completamente apaixonado pelo Kashima e não quer sair de lá. Ele conta neste papo ao DIÁRIO.

DIÁRIO_ Mudar para o Japão, logo na primeira vez em que você vai jogar fora do Brasil, não deve ter sido tão fácil. Como foi essa adaptação?

LEANDRO_ Olha, desde que cheguei e por tudo o que aconteceu até hoje, muita gente me diz que até me adaptei rapidamente, viu. Lógico, quando se muda de país, se vai para um lugar diferente, fuso completamente trocado, precisa de um tempo. Mas eu e a minha família, quando eles vieram para o Japão, foi tudo mais tranquilo do que imaginávamos. Muitos levam tempo, mas comigo não foi assim. Até aqui, tudo certo.


Leandro com o filho Levy, no colo, a esposa, Bruna, e o outro filho, Davy
Foto: Reprodução/Instagram


E ao futebol japonês?

Como você disse, se trata da minha primeira experiência fora do Brasil. E eu não conhecia nada, não sabia nada do futebol do Japão, só aquilo que via pela TV, mesmo. Mas também me adaptei rapidamente, até porque o meu estilo de jogo é bem parecido com o deles. Os japoneses gostam de jogo rápido. Não pode parar nem um minuto, você vai e volta, vai e volta, e, no meu ponto de vista, entendi isso bem e logo. Estou bem fisicamente, treinando bem, as coisas estão acontecendo bem. Ajudou muito ter terminado 2016 bem e feito uma boa pré-temporada.

2016, aliás, foi um ano determinante para você. Depois de alguns anos ruins, conseguiu se recuperar, no Coritiba. Foi determinante, não? Até porque se não se levanta naquele momento, fica complicado convencer que ainda dava para acreditar em você.

Sem dúvida. Até por tudo o que aconteceu. Sabemos que, quando se trata de jogar em clube grande do Brasil, a exigência é muito grande. Ainda mais quando se é comprado dentro do país, mesmo, como aconteceu comigo, saindo do Grêmio para o Palmeiras. Infelizmente, em 2014, brigamos para não cair para a Série B (com o Alviverde). Como 2013 havia sido muito bom para mim, eu estava sendo muito mais cobrado. Só que, em novembro de 2014, eu me machuquei, tive de operar em 2015, voltei em maio... E 2015 foi o ano em que o Palmeiras mudou, começou a contratar, contratar, contratar. Os treinadores diziam que até queriam contar comigo, mas começou a chegar gente para jogar e perdi espaço. Fui para o Santos já com essa desconfiança.

O que aconteceu no Santos?

Cheguei e o time estava mal, na zona de rebaixamento, com salários atrasados. Mas, assim que cheguei, todo mundo decidiu jogar bem (risos). Os caras da minha posição começaram a jogar muito. Não tinha o que fazer. Eu treinava, trabalhava, mas o cara estava melhor. Vou dizer o que, me diz? (risos)

Aí, veio o Coritiba...

Sim. 2016 seria um ano chave para mim, para poder mostrar, mesmo, que estava recuperado para o futebol. Comecei o ano bem e, quando fui para o Coritiba, a torcida esperava muito de mim, esperava que eu fosse ser sei lá o quê (risos). Mas, no ponto de vista deles, no começo, eu não estava correspondendo. Mas tive a cabeça boa, a família ao lado e sabia que daria a volta por cima. O Paulo César Carpegiani assumiu, disse que queria contar comigo e o segundo semestre foi ótimo.

Quando acaba o ano, e o empréstimo, teve medo de ter de voltar ao Palmeiras e, pela concorrência, não conseguir jogar e perder tudo aquilo que tinha feito para reconquistar espaço como titular?

Sem dúvida. Mas Deus é tão bom na minha vida que isso aconteceu no momento certo, para um dos melhores lugares do mundo para se jogar futebol. O Japão é um país fantástico. Não apenas para mim, mas para a minha família, pela estadia, pela segurança. O futebol é de alto nível. Brasileiro chega e acha que vai ser titular, mas não é assim. Tem quem nem joga, vai para o banco.

Ou seja, no Palmeiras, naquele momento, não dava?

Vi que a realidade do clube era outra. Nem sei se o treinador, que era o Cuca, me conhecia. Então, uni o útil ao agradável. Ia sair e ia ter espaço. Já sabia que um diretor do Kashima estava no Brasil desde novembro, demonstrando interesse, mas o Palmeiras disse que não negociaria enquanto estivesse brigando pelo título. Mas foi bem isso, mesmo, eu vi que não teria espaço e preferi sair.

O empréstimo ao Kashima terminará no fim do ano. O que você quer que aconteça?

Quero ficar no clube. Sem dúvida alguma. O que mais quero é isso. Quero ficar "esquecido" aqui por uns cinco aninhos, está bom (risos). Eu não acompanho tanto futebol, em geral. Pedro Júnior e Léo, meus companheiros de clube, são viciados, veem da Série A à Série D. Eu vejo pouco, vejo o Brasileirão e, pelo que vejo, não mudou muito, não. É briga de torcida toda hora. E vejo como está o país, também, com políticos sujando o nome do Brasil. Isso é chato para a família. Quero terminar o ano bem e, se não ficar no Kashima, ir para algum outro clube do Japão.

O que você já conhecia do Kashima, antes do acerto?

Conhecia pelo Zico, mas não passava disso. Fora ele, não havia ouvido falar muito. Não havia visto um jogo. Depois que soube do interesse, comecei a pesquisar, mas, sendo sincero, não tanto assim. Eu sou meio desligado. Fui mais ver se era bom para trabalhar, se era uma cidade boa. Falei com o Ademilson (atacante, ex-São Paulo, que está no Gamba Osaka) e ele disse: “Pode vir de olho fechado, não vai se arrepender. Fica tranquilo que é um time que está sempre brigando por títulos”. E eu fui.

E o Japão é um país extraordinário, não é mesmo?

Olha, até aqui, desde que vim, não voltei para o Brasil. Mas nasci no país, sei como é, como funciona. O Japão é outro mundo. Nem parecem seres humanos iguais aos brasileiros. A educação, tudo, é fora do normal. Tanto é que o cara, às vezes, se sente até constrangido com tanta educação, tanta gentileza. A minha família gostou demais, demais mesmo.

A expectativa de ficar é boa?

É boa. Trocamos de treinador, mas, antes de ele sair, assumi a titularidade. Estou tendo sequência, fazendo gols, jogando bem. Espero que dê para manter assim, isso é o mais difícil. Se mantiver, tenho boa chance.

Você tem apenas 24 anos e muita rodagem no futebol. As coisas, para você, sempre foram muito intensas, não?

Sou um cara cristão. Tenho a minha fé em Deus e em Jesus Cristo. Ou seja, não tenho o que falar. Sou abençoado. Não sou merecedor, porque sou pecador, como todos os outros. Mas as coisas aconteceram muito rapidamente. Saí de Brasília com 16 anos, fui para o Grêmio. Em menos de um ano, estava no profissional, nunca mais desci. Fui eleito a revelação do Gaúcho, convocado para a seleção brasileira. Graças a Deus, a família sempre me apoiou. Conheci a minha esposa, Bruna, com 17 anos, namoramos, casamos, tivemos filhos, o Levy, hoje com 3 anos, e o Davy, de 10 meses. Sozinho, o cara não consegue. Ainda mais depois de tudo o que vivi, o erro que cometi... Se não tivesse minha mãe orando, meu pai... Não teria chegado onde cheguei. Ao lado disso, nunca deixei de trabalhar.

A que “erro” você se refere?

De quando fui preso, em 2012, quando acabei tendo aquele caso da carteira (Nota da redação: pelo Grêmio, aos 18 anos, ele foi preso ao ser parado em uma blitz e estar com uma carta de motorista falsificada. Ficou detido por cerca de duas horas). Eu aprendi, ali. Como disse, sou cristão, mas estava desviado. Estava indo para festa, balada... Já estava namorando, mas queria festa, bebida. Aquela situação, para mim, foi um alerta. Mas foi um erro no lado particular, não profissional. Se eu continuasse daquele jeito... Podemos ver muitos jogadores que trilharam esse caminho errado. Eu ia estragar a minha carreira pelo mesmo motivo. Mas a base da minha família é cristã, minha mãe é evangélica. Eu não podia perder a oportunidade que Deus me deu. Quantas crianças sonham com o que eu tinha? Ali, era Deus abrindo meus olhos. Eu estava no caminho errado.

Aliás, como falamos em seleção, este ano você reencontrou o Felipão, quando jogaram contra na Liga dos Campeões da Ásia. Ele que levou você para a seleção. Deve ter sido um momento especial.

Sem dúvida. Conversamos, ele me parabenizou. Disse que eu estava bem, com uma chance que poucos têm, de jogar em um grande clube, em um país fantástico. Eu agradeci. Sou grato pelas oportunidades que ele me deu, vai ficar marcado para o restante da minha vida. Ele brincou e perguntou se eu já estava rico. Respondi: “Quem sou eu! Estou querendo ficar!” (risos). Cara, não tem o que falar do Felipão. É um multicampeão, tenho um carinho grande por ele.

Como seu vínculo é com o Palmeiras, tem acompanhado mais o time, claro. Montou elenco para ganhar tudo?

Montou. Olhando no papel, é o melhor do Brasil. Tem aí o Atlético-MG e o Flamengo, mas o Palmeiras está em outro patamar. Mas acompanhamos futebol brasileiro há muito tempo e sabemos que isso não adianta nada, se não jogar. Aí que entra a diferença. Você vê o time do Palmeiras jogando, vê que vai brigar pelo título. Claro que ainda vai melhorar muito, mas isso já vem acontecendo. Só que cada jogo é um jogo. Vi parte da partida contra o Atlético-GO, e o Atlético-GO poderia ter vencido. Perdeu contra-ataques. Ou seja, não tem time bobo, mesmo. Se cochilar, a qualquer instante, pode perder. De qualquer um. E essa derrota pode custar caro, como aconteceu no Paulistão, contra a Ponte Preta. Tem elenco, mas, se vacilar, pode perder até a Copa Libertadores.

No Kashima, ainda se fala sobre o Mundial de Clubes do ano passado? Ser vice-campeão já foi um feito excepcional, mas se parar para pensar que poderia até ter vencido o Real Madrid, porque teve chance para isso aos 48 minutos do segundo tempo, o que evitaria a prorrogação...

Os japoneses que trabalham no clube não falam sobre isso, não. Japonês é meio fechadão, são poucos os brincalhões. Eles ficam mais na deles. Mas os brasileiros que estavam no Mundial, o fisioterapeuta... Eles nem acreditavam que iriam para a final, e quase foram campeões. Tiveram, mesmo, a chance de matar o jogo. Os brasileiros falam disso sempre. Os japoneses são meio frios.

Aliás, pelo que soube, você é o “bagunceiro” do grupo. O cara que descontrai, faz brincadeira, posta em rede social...

Como disse, são poucos os que gostam de brincadeiras assim. Mas não tem como eu mudar. Tenho de ser como sou, e sou feliz, alegre. Cheguei um pouco reservado, na minha, observando para saber quando podia brincar, quando tinha de ficar sério. Sempre que o ambiente permite, descontraio (risos).


Leandro comemora com a japonesada do Kashima
Foto: Kashima Antlers/Divulgação


Hoje, quando você para e olha para trás, vendo o que conquistou na vida, até aqui, que sentimento bate?

Sentimento de gratidão a Deus. Saí de Brasília sem perspectiva de vida nenhuma. Se não me tornasse jogador, não sei o que seria. De estudar, eu não gostava. De trabalhar, muito menos. Só Deus pode fazer uma coisa assim na vida de um ser humano. Vemos pais de família como eu, por aí, com dois filhos, ganhando um salário mínimo, trabalhando o dia inteiro e não tendo condições de dar um presente para esses filhos. E eu, mesmo sem merecer, falando como ser humano, fui abençoado por Deus para poder dar isso aos meus. Sou abençoado com dois filhos lindos, uma esposa linda, saúde para levantar todos os dias e fazer o que mais amo.

E para o futuro, de maneira mais ampla? O que projeta?

Digo que o futuro pertence a Deus, mas, claro, fazemos planos. E sonhamos. Pretendo ficar muito tempo no Japão. Não sei quanto, mas quero ficar. Mas tenho pretensão, ainda, de jogar na Europa. Não sei se vou jogar, mas é um sonho, e não podemos deixar de tê-los. Cabe a nós correr atrás e orar para Deus. Até lá, quero ficar um tempo no Japão pedindo a Ele para continuar fazendo as coisas boas. Como disse, gosto muito do país. Só não quero um grande terremoto (risos).

Já pegou algum?

Vixe, peguei vários (risos). Em Kashima tem direto. No começo, vim sozinho, a minha família só se mudou três meses depois. Eu, Pedro Júnior e Léo estávamos dando uma entrevista no clube, em uma mesa grande. E, de repente, aquela mesona começou a tremer que nem louca. Eu pensei: “Pronto, é aqui que eu morro!” Os dois olharam para a minha cara e começaram a rir. Estão acostumados. Como eu disse, é normal no país, você acaba até se acostumando, mesmo (risos).


Leandro (de costas) com Pedro Júnior e Wellington Bueno, do Kashima (Kashima Antlers/Divulgação)


ブラジル紙のインタビューに応じたレアンドロである。
ブラジル時代のこと、鹿島はジーコがいたクラブとして知っていたこと、妻とのことなどが語られる。
日本のサッカーは速く、レアンドロと会っていると本人は言う。
その証拠に、ここにきて大活躍をしておる。
また、子供たちも日本になじみ、5年は鹿島にいたいと言ってくれておる。
是非とも、完全移籍を勝ちって欲しい。
その為にも、更にゴールに絡んでいって欲しい。
期待しておる。

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No title

原理様に同意です!
彼のキャラクターに加えシュート、ドリブル、パス、技術どれをとっても
素晴らしい選手だと思います。守備や運動量も献身的ですし。
かなり鹿島に日本に馴染んでフィットしてきてますので
是非ともこのまま活躍して完全移籍を勝ち取って欲しい!
元セレソンといってもまだ若いですからね♪
何年も居て欲しい(笑)
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狂おしいほどの愛。
深い愛。
我が鹿島アントラーズが正義の名のもとに勝利を重ねますように。

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